AFINAL, POR QUE AS CRIANÇAS MORDEM E COMO LIDAR COM ISSO?
Afinal, por que as crianças mordem e como lidar com isso?
Crianças mordem para conhecer e se comunicar. “É natural, mas não pode ser ignorada”, afirma psicóloga.
Boca, fonte de descobertas!!!
A boca recebe, sente e emite. Para os bebês, tudo é novo: peso, tamanho, gostos, formas e texturas. Morder faz parte desse universo. E novidades nascem junto com dentes, grandes aliados nesse primeiro diálogo com o mundo e também emissores de sinais que chegam antes da palavra.
“Morder é a forma de contato sensorial com o desconhecido e a comunicação corporal que as crianças possuem numa determinada fase do desenvolvimento”, explica a psicóloga e coordenadora do Instituto Avisa Lá, Cisele Ortiz. Partindo deste olhar, segundo ela, podemos pensar que as crianças mordem outras crianças, assim como fazem naturalmente com os objetos.
“Mordendo um objeto, a criança pode perceber muitas coisas. A diferença entre duro e mole, por exemplo. Também pode perceber a novidade que é o susto, o choro ou o espanto da criança mordida. Descobrir que a outra reage a uma grande aventura!
Morder pode ser fascinante. Tão fascinante que a criança pode querer repetir.”
A explicação de Ana Maria Mello e Telma Vitória aparece em “Mordidas: agressividade ou aprendizagem?”, texto que integra “Os Fazeres na Educação Infantil”. O livro é resultado de vivências e práticas de um grupo de educadores e pesquisadores da Universidade de São Paulo, na Creche Carochinha, em Ribeirão Preto, e propõe revisões e redirecionamentos de práticas pedagógicas com as crianças, explorando suas potencialidades e evitando julgamentos.
Morder é comunicar
É preciso compreender que as crianças não nascem sabendo como dizer “estou gostando” ou “não estou gostando disso”. É por meio das interações que percebem essa capacidade.
Entre as causas mais frequentes de mordidas identificam-se as situações de disputa por espaço, atenção ou brinquedos; reação a uma ação inesperada de outra criança; demonstração de afeto ou imitação de gestos que observa em casa e incômodo por ociosidade. Ou seja, sem recursos verbais ou outras habilidades para organizar sentimentos de desejo, afeto, frustração ou raiva, a ansiedade é transformada em mordida. “É importante fazer registros, ficar atento a suas motivações e falar com as famílias se for necessário, mas nunca desintegrar uma criança das atividades por esse motivo”.
Não rotule
“Seja qual o for o fator que leve à mordida, é preciso muito cuidado para não rotular a criança como ‘mordedor’”. Com a rotulagem todos passam a esperar que a criança volte a ter aquela reação, o que pode aumentar sua ansiedade e levá-la a novas mordidas, acentuando um comportamento sem motivo aparente. Com uma nova mordida, a ideia de “mordedor” é reforçada. “Um ciclo sem fim”.
O que fazer?
Diante de muitas motivações possíveis, sabemos que levar uma mordida é fácil. Mas deve haver alguma receita para evitá-las, certo? A resposta é não. Mas as situações podem ser mediadas de acordo com a faixa etária. “Se a criança tem entre um e dois anos e ainda usa mais a linguagem corporal do que verbal, o adulto pode emprestar uma linguagem para evidenciar o que aconteceu. E ela começa a estabelecer uma relação de causa e efeito.”, diz Cisele. Em se tratando de crianças maiores de dois anos que continuam mordendo forte, a ideia é apontar outros caminhos de expressão, já que ela possui outras habilidades.
O ideal é tratar com naturalidade, acolher quem é mordido e mostrar para a criança que mordeu que aquela conduta causa dor, utilizando expressões faciais de desaprovação, tristeza ou mostrando a marca que deixou no colega. Ao mesmo tempo, é possível mostrar a ela que existem outras caminhos para se expressar.
É comum, portanto, que as mordidas ocorram uma hora ou outra, especialmente com crianças entre um e três anos. “A mordida faz parte do desenvolvimento humano e, no geral, vai desaparecendo conforme a criança apresenta outras formas de se comunicar como a fala”.
Sobretudo, é importante observar as crianças dentro de um conjunto de ações e não apenas identificá-las no momento de uma conduta que é desaprovada.
“A criança é aquilo que ela come, a forma como se relaciona com os pares, como se expressa, sorri e como olha o mundo, não apenas aquela que morde.”
Adaptação de texto retirado da internet
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